UFS promove campanha voltada para animais do Campus

A iniciativa visa a conscientizar pessoas quanto à prática do abandono de animais domésticos.

domingo, 20 de junho de 2010

Farwell Sr. Saramago



Foto: Sebastião Salgado.

Não cheguei a ler 10% da obra de José Saramago, mas o pouco que li foi suficiente para ficar encantado com seu estilo único. Os longos parágrafos, a descrição periférica das personagens e os detalhes do ambiente da narrativa me fizeram elegê-lo como um dos meus escritores preferidos.

Comecei com Ensaio sobre a cegueira, um livro realmente envolvente e, acima de tudo, que me fez pensar ainda mais nas minhas necessidades humanas do dia a dia, fantástico!

Depois veio Ensaio sobre a lucidez, que mais uma vez me fez pensar: "de onde é que esse cara tira essas idéias?!" Além de pensar, "lucidez" me fez querer de verdade que a vida imitasse a arte, especialmente no Brasil, quem sabe assim teríamos um país realmente perfeito: belezas e recursos naturais, futebol, as curvas femininas, e a tão sonhada ideologia política. Ah! Saramago, de onde vc tira essas idéias?!

Então, chegou a vez de Intermitências da morte, e a pergunta era recorrente. Que tirada, imaginar a greve da morte! Um fato tão ojerizado por todos os seres vivos, mas demasiadamente importante para a manutenção da própria vida, que ironia. Por mil e um motívos bobos e sem explicação o marca páginas continua na página 181, me privando de mais uma vez surpreender-me com um final brilhante de uma história sem pé nem cabeça, mas incrivelmente pertinente.

Assim foi minha curta relação com Saramago, que espero estreitar num futuro bem próximo, mas que agora deixa-me triste saber que haverá um limite, que não poderei m dia desfrutar do final de Alabardas, alabardas! Espingardas, espingardas, obra que ficou inacabada.

Muito bem Sr. Saramago, parece que o senhor recebeu a carta em papel lilás e que a criatura outrora protagonista de sua arte finalmente veio buscá-lo. Resta a mim dizer somente adeus e obrigado!