UFS promove campanha voltada para animais do Campus

A iniciativa visa a conscientizar pessoas quanto à prática do abandono de animais domésticos.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Na contramão da evolução: Sergipe ainda discute aterro sanitário

O século é XXI, o ano é 2012, mas o país é Brasil e o estado é Sergipe.

Há pelo menos uma dúzia de anos se discute em Sergipe onde construir o aterro sanitário da grande Aracaju. Eu lembro bem de um dos primeiros capítulos desta novela, o seminário Lixo: Alternativas para o destino dos resíduos sólidos da grande Aracaju, organizado pelo Instituto Acauã, uma ONG que na época era coordenada pelo Biólogo Genival Nunes (atual presidente da ADEMA - Administração Estadual do Meio Ambiente). Naquele momento, um jovem estudante, recém ingresso no curso de Engenharia Florestal, fez uma pergunta a mesa do evento: porque queremos um aterro sanitário se existem outras alternativas mais viáveis? O silêncio contido numa resposta evasiva ecoa até os dias atuais.

Assim, pergunto novamente: porque queremos um aterro sanitário se existem soluções ambiental e economicamente mais viáveis? Vou mais além: Soluções estas que podem gerar muitos empregos e inaugurar a cultura de negócios verdes em Sergipe.

O clamor por uma destinação "adequada" dos resíduos sólidos foi fundamentado pelo esgotamento da capacidade da Lixeira da Terra Dura e a ameaça que a mesma oferecia a segurança dos voos que operavam no aeroporto Santa Maria. Todo este tempo se passou e nada mudou, o aeroporto continua no mesmo lugar e os resíduos sólidos da grande Aracaju continuam indo para a antiga lixeira!

Não dá para entender mesmo como uma tecnologia tão ultrapassada ainda é cotada como a melhor solução para os resíduos sólidos. É fato! Nenhum lugar do mundo quer construir aterros sanitários, pois além de ser uma tecnologia ambientalmente ultrapassada, com duras críticas por parte dos especialistas no assunto, é considerado como um empreendimento com retorno economico de longo, longo prazo.

Isso leva a outras questões: a quem tanto interessa a construção deste aterro? Quem efetivamente lucra com isso?

Sobre a viabilidade do aterro sanitário, muitas questões de cunho técnico já foram levantadas pelo governo, oposição, ONGs, OSCIPs e Conselhos de classes. Já foram realizadas mil adequações no projeto conceitual, outras tantas revisões no orçamento do mesmo, estudos de potencial de contaminação de aquiferos, EIAs, RIMAs e o escambau. Mas, graças às comunidades, infelizmente mais temerosas do que esclarecidas, as propostas tem sido sumariamente rejeitadas nas audiêcias públicas, a última foi no município de Nossa Senhora de Socorro com supostos atos suspeitos por parte da empresa interessada no empreendimento (Matéria na Infonet).

Isso já começa a cheirar mal (com a licença do trocadilho), mas parece que a sociedade sergipana pode estar prestes a comprar (e pagar caro, pois custa muito dinheiro) uma tecnologia velha num processo que já demonstra aspectos, no mínimo, suspeitos. É lixo, mas não é qualquer coisa!

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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Aracaju evolui: proibida a venda de animais nos mercados da capital

Evolução. Basta procurar no Wikipedia e estará lá: "processo constante de mudança que tem vindo a transformar a vida na Terra desde o seu princípio mais simples até à sua diversidade existente" (Mayr, 2001).

Evolução. É esta a palavra que traduz a sensata iniciativa da Prefeitura de Aracaju em proibir o comércio de animais vivos nos mercados municipais de Aracaju, uma das bandeiras mais antigas de todas as entidades protetoras de animais mundo afora, que refletirá numa parte da sociedade aracajuana.

A humanidade já tem discernimento (ou deveria ter) suficiente para não tolerar qualquer tipo de atividade (comercial, laboral, de lazer, etc.) que humilhe, maltrate, coaja e que cause tantas outras malésias a seres vivos. Qualquer ato neste sentido deve ser sumariamente banido da sociedade. Assim, recebo e divulgo com muita alegria (como disse uma amiga: "- que não cabe em mim") a matéria veiculada no site da Prefeitura Municipal de Aracaju.

PMA proíbe comércio de animais vivos nos mercados


A Prefeitura de Aracaju, por meio da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), após um prazo de 30 dias, estabeleceu que a partir desta sexta-feira, 24, não será permitido o comércio de animais vivos, como aves, cabras e animais domésticos, nos mercados centrais e setoriais. No total foram notificados 18 comerciantes, sendo nove no Albano Franco, cinco no Antônio Franco e quatro no Roberto Silveira.

"O prazo fatal é nesta quinta-feira. Todos os comerciantes foram notificados e estão cientes desta determinação. Ressaltamos que o nosso objetivo não é retirar o ponto do permissionário, mas tão somente proibir a venda de animais vivos. Eles poderão utilizar o espaço para outra atividade comercial", explicou Lucimara Passos, presidente da Emsurb.

Segundo Lucimara, há anos vem sendo debatida a situação do comércio de animais vivos nos mercados em razão das condições de como eles são dispostos. "Existe um movimento de entidades protetoras dos animais, assim como do Ibama, Adema e Ministério Público, que pede a retirada deste tipo de comércio", acrescentou a presidente.

As notificações aos comerciantes foram expedidas no dia 10 de janeiro, sendo estabelecido um prazo de até 30 dias. "Eles não atenderam a esse prazo, então demos 24 horas para que a determinação fosse cumprida", disse Silvana Gomes, gerente de Abastecimento. "Todos eles estão atendendo ao prazo determinado. Os comerciantes também podem agora solicitar a mudança de atividade comercial", ressaltou.

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MAYR, E. What Evolution Is. Basic Books: New York, 2001. 336p.